2009
desafio o corpo
a se calar
desafio as rotinas
ao grito
desafio o talento
à dor
o lenço,
à liberdade.
lodianos
Amigos, retorno.
Poeta sem poema. Perdi meus poemas todos. O HD faleceu. Sobraram papéis amassados.
Poeta-poema. Aproveitei para reescrever-me. Novos sorrisos. Nova vida. Papel amassado não se recicla.
Posto a seguir algumas brevidades escritas em aviões, em olhares, paisagens, nas coisas vivas, enfim. Chamei-os “lodianos”. Os psicólogos que digam o motivo…
Ela te leva e
transborda
tortuosa, impura
Escorre no teu leito,
brinca de
enchente
Não sabe que sou margem
e te deixo escorrer
até onde não posso:
mar
nos cabelos dela
ele escreve qualquer coisa
que não diz nada
e acaricia.
e enfeita aquele rosto
com o gosto da rosa
e passeia nos fios
como quem canta um violino.
e, naquele rosto,
a rosa
canta
e dança
e transforma a boca
em espelho d’água
e espumas.
e enfeita o homem de
pedras
com o oceano
e beija esse homem
como ondas,
como um
violino.
como o que ainda
nem existe.
ariel meirelles
Ariel Meirelles não é poetisa. É poeta. Nasceu em homenagem à duas das maiores: Cecília e Sylvia Plath. Escreve de forma aberta, às vezes crua, sobre homens, sentimentos, sexo, desejo, beleza, traição. Estes são os primeiros poemas:
teu corpo
avança
e captura
silêncios
(negros)
rasga a pele e
estaciona,
lua obscena
no céu da boca.
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no fim do rosto,
o sudário.
5 anos em tua boca.
na minha,
solidão.